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"No final, não são os anos de sua vida que contam, mas a vida nos seu anos" - Abraham Lincoln

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segunda-feira, 12 de abril de 2010

Desastres e mais desastres...

Por mais que eu via as fotos, os vídeos, os depoimentos não conseguia acreditar no que estava acontecendo.
Que dias terríveis foram esses?
Terça feira quando acordei e olhei para o meu quintal vi enormes bolsas de água. Minhas duas tartarugas boiando. Meu cachorro estava completamente perdido. Fui socorrer todos os meus bichinhos. Dei comida pra todos e fui pro meu quarto tentar dormir de novo. Eu já sabia que ir pra escola não dava mais.
Quando deitei na cama o telefone tocou. Era uma de minhas amigas. Perguntava se eu iria pra escola. Respondi que não tinha a menor condição, pois a essa altura nossa escola já tinha alagado (isso foi o máximo que pude pensar, não imaginava que muitas outras casas estavam na mesma situação). Logo depois outras amigas ligaram.
Mais tarde, neste mesmo dia , liguei a televisão e fui bombardeada pelas mesmas notícias em todos os canais. Foi um temporal pra lá de sério.
Quarta feira as notícias só pioraram. Eram casas alagadas até o teto, morros desabando.
Quando minha mãe ligou pra coordenadora dela, descobriu que a unidade em que ela trabalha estava com água até o teto. Todas as provas, documentos da minha mãe e de seus alunos haviam se perdido na água. Claro que ela entrou em estado de total desespero.
À noite, quando liguei para uma das minhas amigas ela me contou que o carro dela e de todos os outros moradores do condomínio deram perda total pois ficaram submersos.
Na quinta feira pela manhã fui conferir os estragos na minha rua. Assim que coloquei os pés pra fora do portão vi uma árvore gigantesca no meio da rua. Fiquei muito assustada. Foi muita sorte ela não ter caído em cima da minha ou de alguma outra casa.
Quando conversei com meu vizinho ele me contou que o vento retirou todo o telhado da casa dele. Agora eu sabia de onde vieram tantas infiltrações nas minhas paredes.
Decidi que tinha que fazer minha parte pra ajudar os desabrigados. Recolhi um montão de roupa, sapatos, mantimentos e mandei tudo lá pro Jardim Catarina.
Agora estou montando um enxoval pro João Gabriel que vai nascer mês que vem. Ele é filho de uma moça que morava lá em Palmeiras. A coitada perdeu tudo.
Nos telejornais sempre as mesmas tragédias.
Me dói tanto ver o sofrimento dessas pessoas.
Todos com um mesmo olhar: vazio e com pouca esperança
Quem diria que tantas mortes aconteceriam em menos de uma semana?
Minha vó tinha razão quando dizia: "A natureza um dia vem e toma de volta o que é dela"
E isso está apenas começando.